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quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A cegueira de cada um



Vítimas de uma doença misteriosa, personagens de Saramago nos fazem encarar a insensatez e a volatilidade do mundo atual


- O filme Ensaio sobre a cegueira, baseado na obra homônima de José Saramago, desconcerta o espectador desde o início. Um jogo de iluminação particular faz as cenas parecerem desfocadas sob um excesso de luz branca que apaga os contornos das imagens. Essa mesma luminosidade invade a trama da história ao apoderar-se gradativamente de uma população, provocando uma espécie de "cegueira branca", pela sobreposição de uma camada leitosa no campo do olhar, apagando as referências da relação com o outro e exigindo uma reestruturação que não pode se dar sem percalços.

O filme começa com uma visão superior sobre o trânsito caótico de uma metrópole moderna. De repente, o sinal abre, e dentro de um carro permanece um homem, perplexo sob o efeito de uma súbita cegueira: como se houvessem derramado um líquido leitoso em seus olhos, tudo à sua volta se torna uma indiferenciada tela branca. Não se trata de uma lesão orgânica; a causa desse mal também não é visível. Trata-se de um real sem lei, a cuja verdade não se tem acesso.

A misteriosa doença se alastra e resiste a todas as tentativas de controle: nenhum estudioso a desvenda, nenhuma medida governamental é capaz de detê-la. E desperta a reação típica do ser humano em face do desconhecido: o estranho é o mal e deve ser afastado.

Abandonadas à própria sorte, as vítimas são tomadas como inimigos públicos e jogadas em um asilo, para uma quarentena que se torna um cárcere. No interior desse prédio tão inadaptado quanto aqueles que passam a habitá-lo, o desamparo absoluto só é contornado pela presença de um guia: a mulher de um médico, que para acompanhar o marido, se faz passar por cega.

Destituídos da visão, todos são iguais em precariedade; locomover-se, cuidar de suas necessidades básicas tornam-se problemas, e seriam incontornáveis não fosse a presença dessa mulher que segue a trama da história como a única que realmente vê o que ali se passa e paga caro por sua lucidez. Em diversos momentos aparecem flashes de cenas que indicariam a perspectiva daqueles que no filme carecem da visão: como se não fossem responsáveis pelo que fazem, são capazes de atos que jamais supuseram; a névoa leitosa parece destituí-los de qualquer culpabilidade.

Nesse novo universo simbólico, as referências anteriores perdem seu valor, as habilidades que cada um desenvolvera na civilização não têm ali funcionalidade: o médico, a prostituta, a criança, a secretária, o taxista, o policial: todos são iguais, inadequados ao novo modo de existir. E, como diz o ditado, "em terra de cego, quem tem um olho é rei", em face da escassez dos recursos, alguém que não está disposto a viver em condições de precária igualdade, por considerar-se em vantagem, proclama-se rei, apoiando-se na superioridade de sua posição. Serve-se, para isso, da outra figura que no filme não é lesada por essa cegueira: um cego de nascença, que teve toda a vida para aprender a se adaptar ao mundo dos "videntes".

Vemos surgir duas formas de organização social, apoiadas em duas exceções: a estratégia individualista, que se orienta por uma figura forte a submeter seus subordinados aos desígnios de seu gozo; e a que se baseia na ajuda mútua para superar as adversidades.

Uma das acepções do termo "cegueira" é "insensatez". De certo modo, o mundo moderno, com a volatilidade de seus objetos efêmeros, traz a marca de uma voracidade insensata, e a cegueira é de cada um de nós, conforme o filme, de certa forma alude, ao envolver todas as cenas nessa luz branca que dificulta a nitidez. Cabe a cada um, por suas escolhas, perder-se em sua cegueira solitária ou usá-la em favor de algo que restabeleça o laço com o Outro.


Ensaio sobre a cegueira
118 minutos - Brasil, Canadá e Japão, 2008
Direção: Fernando Meirelles
Com: Julianne Moore, Mark Ruffalo, Alice Braga, Don McKellar, Gael Garcia Bernal, Scott Anderson


Teresinha N. Meirelles do Prado é psicanalista, mestre e doutora em literatura e psicanálise, correspondente da Escola Brasileira de Psicanálise, associada ao Centro Lacaniano de Investigação da Ansiedade, especializada em tratamento de crianças com distúrbios globais.

Traçar objetivos evita procrastinação

A maioria das pessoas começa o Ano Novo cheio de boas intenções: começar a fazer exercícios, parar de fumar, aprender um idioma etc. No entanto, muitos não conseguem colocá-las em prática. Adiamentos sucessivos jogam as tarefas para amanhã, para a semana que vem, para o próximo mês e quando a pessoa se dá conta as luzes de Natal já decoram novamente as ruas.

Em estudo que acaba de ser publicado na revista Psychological Science, pesquisadores da Universidade de Zurique, Suíça, investigaram se há alguma relação entre a natureza da tarefa e a tendência a procrastinar. Os voluntários tiveram de responder a um questionário, enviado por e-mail, no prazo máximo de três semanas. Todos receberiam uma recompensa financeira pela participação. As perguntas tratavam de questões cotidianas, como abrir uma conta bancária ou manter um diário, por exemplo. Acontece que cada metade do grupo as questões foram elaboradas de maneira diferente: mais abstratas (que tipo de pessoa escreve um diário?, por exemplo) ou mais objetivas (o que é necessário fazer para manter um diário?).

Os resultados foram muito claros. Em média, os participantes do grupo das respostas objetivas enviaram os questionários muito antes de seus colegas submetidos às perguntas abstratas - nessa amostra, de fato, alguns deles jamais retornaram os e-mails, abrindo mão da recompensa em dinheiro.

"O simples fato de pensar numa tarefa em termos concretos faz com que ela seja executada mais rapidamente, reduzindo a procrastinação", escreveram os autores. Eles concluem que os resultados podem ser úteis para professores e líderes de equipes, de modo a aumentar a produtividade de estudantes e funcionários. A dica vale também para todos aqueles que não querem ver suas resoluções de Ano Novo naufragar no oceano da inércia. Para colocá-las em prática em 2009, é bom pensar minuciosamente em como e quando cada tarefa deve ser realizada. (por Luciana Christante)



Tenho lido muito sobre técnicas, ordenações, afirmações, dicas literárias,... e continuo a ver um mar de pessoas perdidas e desorientadas, e fiquei pensando o por que desse fenômeno? Por que tantas pessoas intelectualizadas, antenadas com o poder mental da atração e ao mesmo tempo, um bando de gente na mesma? Entra ano, sai ano e lá estão elas, buscando... buscando.. e levando, empurrando a vida com a barriga.


Sabe o motivo?
A falta de ação!

Isso mesmo! AÇÂO!

Movimentar não somente a sua mente, mas também a sua emoção, o seu corpo.
É importante partir para o concreto.

Ação! Ação! Ação!

Vou ser chata e insistente e novamente dizer: A fé sem ação é morta! MORTA!
Entenda isso e o milagre acontecerá em sua vida!

AÇÃO!

Aja dentro da sua esfera de realização.Dê os passos que é possível você dar e o universo estará conspirando a seu favor.

AJA!

Mova-se! Mova-se!

Santo Agostinho já dizia:
“ Faça o que é necessário,
Depois faça o que é possivel
E derrepente estará fazendo o impossível!"

AÇÃO

Mantenha seus olhos mentais nas cordilheiras dos seus ideais e ponha-se em ação. O universo com certeza estará conspirando a seu favor!

CORAGEM!
Sandra Regina