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domingo, 7 de junho de 2009

Curar é simples


As condições físicas e psíquicas da época presente são pouco favoráveis à saúde. Três factores na civilização moderna são especialmente responsáveis pelo desgaste do corpo físico: o uso dos produtos químicos, a alimentação e os hábitos inadequados, densos demais para o actual desenvolvimento da consciência, e as tensões que sofremos — tanto externas, quanto emocionais e mentais. Esses factores são tão disseminados que é praticamente impossível não sermos tocados por eles.

Se todos estamos diante desses factores que abalam o organismo, como então obter saúde e equilíbrio e proporcioná-los às pessoas?

Vivemos simultaneamente em vários níveis de consciência. As desarmonias são próprias do nível físico, do emocional e do mental. Além desses três bem conhecidos, há os chamados supra mentais (abarcam o mundo intuitivo, o espiritual e outros ainda mais elevados), que não são afectados por nada de negativo e onde temos a maior parte do ser.

Portanto, para termos condições de ajudar a quem se encontra em dificuldade, precisamos aprender a focalizar a consciência nos níveis isentos de desarmonias.

Se estamos excessivamente dedicados ao corpo físico ou presos a algum problema emocional ou pensamento negativo, necessitamos mudar tal situação. Para isso, basta transmitir ao nosso eu externo a ideia de que ele não é apenas um envoltório da consciência, mas um templo vivo, que contém a essência imaterial do ser.
Essa perspectiva pode elevá-lo, enobrecê-lo e, consequentemente, transformá-lo.

Se alguém nos procura para tratar de seus problemas, só o ajudamos verdadeiramente quando nos conectamos com níveis superiores àqueles em que os ditos problemas se localizam. Tenhamos presente que não seria bom querer conduzir o que acontece no interior de quem nos pede ajuda. A ajuda real e durável é possível quando damos inteira atenção à pessoa, porém mantendo-nos focalizados em um nível superior. Não se trata de correspondermos ao que ela espera, mas de mantermos a consciência em um nível elevado durante o contacto com ela.

Em outras palavras, quando alguém nos pede ajuda, abre em sua consciência um espaço. Se a energia positiva do nosso ser preenche esse espaço, a negatividade expelida, se retornar, encontra-o ocupado.
Não somos nós que curamos alguém, mas é o próprio doente que se cura.

É ele que emite o apelo e é ele que recebe a estimulação para se transformar.
Se não fizesse esses dois movimentos, nenhuma ajuda poderia ter.

Além disso, quando mantemos a consciência num nível elevado, a pessoa a ser ajudada acompanha-nos nessa ascensão se tem afinidade connosco; recebe, assim, a energia curativa dos planos superiores.
A energia da cura não é nenhum remédio, tampouco nada de mágico. Mas quando desce das esferas supra mentais ao mundo material, harmoniza tudo o que encontra.

A cura nasce do silêncio naquele que, tendo-se esvaziado, se volta para o Alto e se deixa preencher pelo que lá encontra.


Da Série Sínteses de palestras de Trigueirinho
Curar é simples

Irdin Editora

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